Planos do governo desafiam as regras e provocam insegurança
Sabemos tudo o que o governo quer fazer com o dinheiro, só não entendemos ainda da onde ele virá e a que custo

Economistas, especialistas e jornalistas passaram a segunda-feira (9) tentando entender qual o resultado final da equação apresentada pelo governo para: criar um novo programa social, parcelar precatórios, não descumprir nenhuma regra em vigor – principalmente o teto de gastos – e ter tudo pronto a toque de caixa. É uma articulação bastante complexa.
O resumo é o seguinte, sabemos tudo o que o governo quer fazer com o dinheiro, só não entendemos ainda da onde ele virá e a que custo.
O plano do governo foi desenhado em forma de teia, uma ação conectada à outra. O objetivo é não comprometer de jeito nenhum a capacidade de bancar um programa social com benefício maior e para mais pessoas em ano eleitoral.
Para sustentar isso, o governo correu pra aprovar a reforma do Imposto de Renda. Como a reforma empacou, e ainda apareceram os precatórios, a solução foi a PEC do Auxílio Brasil entregue nesta segunda.
A medida traz mudanças de critérios e diretrizes dos benefícios, mas não estabelece como serão financiados. Espera-se por mais detalhes em uma coletiva de imprensa agendada para esta terça-feira (10) pela manhã.
Um ponto que tem sido questionado é a troca no índice de correção dos valores, que passará a ser apenas pela Selic e, para alguns credores que têm a dívida vinculada ao IPCA, deve ter alguma perda.
Nesta segunda-feira, a Bolsa parecia correndo por fora, ainda impactada pelos bons resultados das empresas e as notícias externas. Mas o fato de a bolsa ter subido nao significa que está tudo bem. O dólar subiu de novo, os juros futuros também, entre outras movimentações que vale a pena ficar de olho, com a percepção de risco fiscal se consolidando no país. O fundo para financiar gastos do governo é outro ponto bastante nublado que o mercado financeiro tem observado.
Já a movimentação na Câmara continua mexendo com o mercado financeiro. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), diz que pretende, na sequência da votação sobre o voto impresso, priorizar as pautas econômicas.
E mais uma vez os grandes bancos trazem boas notícias sobre seus lucros no segundo trimestre. Em parte por conta das provisões para a inadimplência que não se confirmaram no grau esperado, e de um aquecimento da economia. Para esta terça-feira (10) se destaca a expectativa pela divulgação do IPCA de julho.
Neste episódio do Abertura de Mercado, a comentarista de economia da CNN Thais Herédia ouve especialistas sobre os temas que circulam por Brasília, cada vez mais quentes, além, claro, de outras questões que mexem com a economia e influenciam o mercado.
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*Publicado por Ana Carolina Nunes